segunda-feira, 21 de maio de 2012

uma trégua na vida

Quem nunca se viu num momento de fadiga, de cansaço físico ou mental,de saco cheio do mundo, de vontade de sumir, de ver de ser e de fazer tudo diferente? Se você já teve um desses momentos de crise existencial, parabéns, você acaba de ser enquadrado na categoria de ser humano perfeitamente normal e, pro seu alívio, sem (necessariamente) tendências depressivas. A questão é que, mesmo quando está tudo como deveria ser, no seu devido lugar e espaço, mesmo assim, às vezes nos falta algo justamente pra quebrar essa certeza monótona, pra desviar do caminho óbvio e nos levar pra um paraíso perdido, que nunca seríamos capazes de encontrar se tudo seguisse sempre pela estrada mais ampla e livre de obstáculos. Ás vezes algo perturbador, inquietante e nocivo como uma paixão avassaladora, às vezes um mundo particular descoberto na prática da arte, seja ela qual for. Às vezes uma pessoa que entra na sua vida e sem avisar te transforma, às vezes alguém que é tirado de você. Cada um de nós precisa de uma trégua na vida, de alguma coisa que, mesmo temporariamente, te modifique, te edifique, te torne maior, melhor, consciente, ou simplesmente diferente do que você era e já estava cansado de ser, mesmo que por um instante. E quando essa trégua acabar e tudo voltar a ser como era, você vai lembrar dela pra sempre, com lágrimas nos olhos ou com alegria no coração. Ela vai ser eterna enquanto durarem sua lembranças ou, simplesmente, representará sua nova forma de ver viver a vida.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

algo para amar

Todo mundo no mundo tem alguma coisa para amar. Ou pelo menos deveria ter. Alguma coisa que te faça querer cuidar dela, querer proteger, alguma coisa que te faça sentir especial, sentir único, que te faça lembrar do que ficou pra trás, do que você sente falta, do que você gostaria de ter ou de ser. E o legal dessa coisa é que ela pode ser qualquer coisa: um objeto, uma pessoa, uma música, um sapato, uma foto, uma lembrança, um estado de espírito, um momento... qualquer coisa que te faça melhor, que te faça mais seguro de si e mais feliz. Uma coisa que entenda o seu silêncio e que saiba te escutar quando ninguém mais parece poder fazê-lo; uma coisa que você gostaria de levar pra todos os lugares, mesmo que ela fique escondida a maior parte do tempo; uma coisa pequena o suficiente pra caber no coração e grande o bastante pra permear seus pensamentos; simples, fácil, óbvia; oculta, complexa. Só você é capaz de compreender porque essa tal coisa é especial pra você e nem adianta tentar explicar pra mais ninguém, pois ela é, e só precisa ser, especial pra VOCÊ. Busque essa coisa e cuide dela com todo o seu coração. Eu não garanto que você vá ficar mais rico ou mais bonito ou até mesmo mais feliz, mas garanto que vai ter algo para amar.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

devaneios de uma (quase) blogueira

Diferentemente dos posts que eu costumo fazer, esse não é sobre algo super legal, reflexivo ou poético. Estou tentando retomar um hábito... ok, estou tentando criar um hábito de postar mais frequentemente por aqui, então hoje eu vim, basicamente, bater o ponto (coisa de funcionária pública). Claro que não é pelas minhas dezenas de seguidores e muito menos a pedidos, eu só resolvi que pode ser legal. Dei uma alterada bem sutil no layout (morre de orgulho, amor!), acrescentei algumas listas de sites que eu costumo visitar e de filmes, cds (alguém ainda compra? :X), livros, enfim qualquer coisa ou manifestação artístico-cultural que eu tenha achado muito legal e indique. Sobre essa lista, tem muito mais coisas que eu gostaria de colocar, mas como só adicionei ontem, vou começar pelas "coisas" mais recentes. Quanto aos sites que mais tenho visitado, além do Facebook, que nem conta mais (esse Mark...), a maioria tem sido blogs de moda ou sites de compra e, bem ou mal, eles tem me influenciado um pouco, no sentido de me ligar nas tendências, o que tá em ascensão, grandes nomes, eventos, marcas, promoções...essas coisinhas todas que eu, particularmente, tenho achado muito divertido. Vamos combinar, né? Morando durante a semana no interior, sem muita coisa pra não dizer nada pra fazer, usando uma única calça jeans e uma única sapatilha a semana toda, sem muita liberdade pra brincar e ousar com as peças (e preguiça de trazer e medo de estragar), o mais próximo que eu puder me sentir desse mundinho, já tá valendo. Bom, envolvendo esse mix de rotina de trabalho e de mundo da moda, apresento os três objetos que fizeram parte do meu dia de hoje:


O primeiro, foi o livro que eu terminei de ler hoje (ÊÊÊÊ!), devido a falta de luvas no posto. Como não teve atendimento, aproveitei pra ler. É uma edição de bolso, com uma historinha interessante e um diálogo extremamente rápido e fluido. Você quer saber o que vai acontecer, fica na expectativa, mas o final é meio desapontador. Vai ver fui eu que esperei uma coisa mais "felizes para sempre".


O outro livro, eu já comecei a ler tem um tempo, mas como era grande e pesado, não gostava de viajar com ele, daí só lia quando estava em casa, ou seja, não lia. Resolvi trazer porque estava determinada a acabar o outro. Daí emendei. Tive que reler o último capítulo, como sempre, pra lembrar onde a história estava. É bem interessante, apesar de exigir um pouco mais que o habitual da minha concentração, com os diálogos rebuscados e eivados de menções a grandes nomes da história. Eu me sinto meio medíocre perto dos personagens fato, mas nada insuperável.


O último objeto é bem diferente dos demais, mas também me fez pensar... sobre as combinações que poderiam ser feitas, os acessórios que poderiam ser usados e principalmente compro ou não compro? :P

terça-feira, 22 de novembro de 2011

just in time

Depois de assistir ao filme "In Time", traduzido literalmente como "O Preço do Amanhã" (alguém entende o que se passa na cabeça desses tradutores?), me deu uma vontade irrefreável de fazer, ver, ler, estudar, comprar, pensar em váaaarias coisas (uma delas, me dedicar 5 centavos a mais ao blog). Foi meio que uma reflexão sobre o tempo. Sobre como a gente investe o nosso tempo, sobre o que a gente prioriza, sobre o que é realmente importante nessa vida que a gente leva e sobre o que a gente leva dela. Acho que o pobre do autor nem teve esa intenção toda (ou teve?), mas mexeu. Eu, pelo menos, pensei muuuuito em muuitas coisas. No filme, eles levam ao pé da letra a mássima
tempo é dinheiro
e quem tem tempo, tem poder.E se eu tivesse todo o tempo do mundo? E se eu só tivesse um dia? E se eu só tivesse 10 segundos? O que seria importante pra mim? E tive certeza de que minhas prioridades seriam outras. Como boa capricorniana, eu prezo pela segurança, pela base, pela estabilidade, e assim sendo, eu penso um pouco à frente, tipo - se eu quero isso daqui a 3 anos, eu preciso fazer isso agora, algo desse tipo. Muitas vezes eu vejo que dá certo, que os planos se concretizam e que a gente pode sim planejar o caminho que a gente quer traçar. Por outro lado, eu também me vejo confortável frente ao imprevisível, um programa inesperado, uma surpresa, um desafio. Eu gosto de surpresas! (tá, eu acho que sou um paradoxo :#)Mas se eu tivesse muito tempo e SOUBESSE disso, eu com certeza seria mais relax, trabalharia menos, dormiria mais; já se fosse o contrário, se eu só tivesse 1 hora, eu mandava tudo se explodir e corria pra minha família, amigos e namorado, nada mais importaria tanto.


Enfim, minha ideia não era traçar meu perfil psicológico egocêntrica mas sim indicar o filme. Vale o ingresso, vale o tanquinho do Justin Timberlake, valem as sandálias da Amanda Seyfried e, acima de tudo, vale a reflexão: o que você faria se tivesse todo o tempo do mundo ou se não tivesse tempo algum?

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

ainda somos os mesmo e (não) vivemos como nossos pais


Por aqui, olhando meus e-mails como todo dia (ou quase todo dia), encontrei esse texto, enviado pelo meu pai há uma semana mais ou menos. Não sei se foi uma indireta, se foi um alerta, ou se foi apenas um texto legal (EXTREMAMENTE LEGAL!)que ele achou que eu deveria ler. De qualquer forma, a ideia é perturbadora e deixa quaquer jovem, por mais realista que seja, com uma pulga atrás da orelha e uma indagação na cabeça: "eu sou assim?" É meio extenso, mas vale cada linha.

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco
e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos
diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada.
Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar
com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia,
despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em
viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da
vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que
nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da
dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras
línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma
geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a
ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o
mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma
continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente,
que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que
queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece –
sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e
desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam
tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é
construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com
ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não
conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito
animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento
importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa
época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de
direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os
filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e
protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem
reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores.
Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível
uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte
do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço?
Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva
sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como
de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor
está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é
quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado
com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na
balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos
genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C,
que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço,
existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que
as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos
jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e
filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a
frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração
do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de
jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido.
Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem
terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o
menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é
também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja,
consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes
filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta
não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão.
Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este
momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se
explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E
mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da
confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a
felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais
supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem
sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado?
Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer
duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da
falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da
completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a
escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o
mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais
cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a
família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para
ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos
pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem
ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo
e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma
ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada
vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais
fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a
felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na
própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem
se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os
filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso
criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida
inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance.
Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem
porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que
se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas
aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas
possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de
realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria
vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores
com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se
é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem
nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas
próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma
boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira,
meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como
sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou
“Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas
estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode
significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o
trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão
ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o
frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo
simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou
emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma
garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar
pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar
ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado
muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua
desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a
vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo
injustiçado porque um dia ela acaba.

(Eliane Brum)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

sobre ser feliz


Estive conversando com uns amigos e conversa vai, conversa vem, falamos sobre felicidade. Sobre o que era a felicidade, se era um momento, se era o estado de perfeição de todos os departamentos da nossa vida, se era um emprego, um sentimento, um objeto...enfim. Por incrível que pareça foi uma conversa sadia, bem descontraída e leve, mas eu sei que se levarmos isso um pouco mais à fundo a conversa pode se tornar séria digna de dissertação de pós-doutorado de psiquiatria. Claro que essa não é minha intenção, até porque eu nem tenho pós-doutorado em psiquiatria (eu não tenho pós-doutorado em nada...) e nem ia me dar a esse trabalho, né? Hmm, que tal voltar ao assunto central, que me fez ter o trabalho surreal de dar 3 cliques para abrir a página de postagem? Fe-li-ci-da-de (essa é fácil de separar!). Bom, em meio a tantas tentativas e pontos de vista sobre a origem/significado/existência da felicidade, eu tendo a concordar com o mais simples e ao mesmo tempo complexo - a felicidade está em tudo e em qualquer coisa, depende apenas do seu estado de espírito e disponibilidade para enxergá-la. Eu, particularmente, sou um caso sério, muitas vezes irritante (para os outros, claro, eu me acho gente boa (: ) e possivelmente enxergada como 'menina imatura bestinha que fica feliz com tudo'. Não é bem assim. Vamos ao MEEEU ponto de vista, já que o blog é meu e sou eu que mando aqui (vishhhh...). Na minha humilde opinião e modo de ver as coisas, um tanto clichê, confesso, nossa vida é muito curta (sem falar que é só uma, até onde eu sei...) para estarmos pensando, medindo e contando SE somos felizes, PORQUE somos felizes, O QUE me faria feliz, o que me faria MAIS feliz, porque ELE é mais feliz que eu...em vez de estarmos SENDO felizes. Eu me considero uma pessoa feliz. E repleta de momentos felizes, simplesmente por optar por eles e por ver a felicidade nas coisas pequenas, nas coisas que, de tão óbvias, deixam de ser vistas. Um sorriso, um beijo, um 'obrigado', um desejo saciado, um presente, uma roupa nova, um projeto que deu certo, um afago, uma profissão, um favor, uma mensagem, um trânsito tranquilo, uma boa noite de sono, uma festa, uma pessoa, um espetáculo, um passeio, um encontro, enfim, coisas que facilmente passam despercebidas, podem nos fazer felizes. Lembrar que ser feliz, não significa não ter nunca momentos tristes, de chateação, raiva, descontentamento, decepção ou mágoa. Faz parte da vida, faz parte de mim e de você. A graaande questão está em ESCOLHER ou não isso para nortear suas atitudes e levar seus dias. Felicidade é, mais que tudo, uma escolha. E, cá pra nós, isso mais me parece esperteza do que conformação, pois enquanto se questionam e gastam horas matutando sobre o sexo dos anjos, eu estou aqui, sentada em uma das minhas camas, lotada de pizza, vendo o jornal, escrevendo e sendo feliz. =)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

o que te dá?


Dia normal, bem característico de quarta feira (ainda tem hífen depois do novo acordo ortográfico? =X ). Trabalho de manhã - pausa - trabalho de tarde - cafezinho - corrida (ahhh isso não é tão rotina, não é toda quarta que eu corro 4 km!) - ginástica - preguiça - banho - caldinho - pijama - net (isso também não é tão rotina, pelo menos não até quarta passada). E-mail pra cá, facebook pra lá, msn, google... e eu acabei aqui, no meu blog que é só meu, pra falar de coisas minhas. Não sei bem porque, mas hoje me bateu uma saudade. Não de alguém especificamente, nem de um lugar, nem de um momento. Foi uma saudade grande, nostálgica até, de alguma coisa que eu deixei passar, de alguma coisa que eu deixei de dizer ou de fazer. Foi muito estranho, chegou a me deixar meio triste, chorosa e o pior é que eu simplesmente não sabia o motivo daquilo. Não sei se era dor de amor, momento de solidão, medo. Estranho, várias vezes estranho. A boa notícia é que exercício físico realmente cura muitos males, inclusive esse. Correr ao ar livre, sentindo cheiro de mato, umas vaquinhas de um lado, um lago do outro, umas curvas e 4 km pra esquecer, pra repensar, pra entender e pra renovar. Foi do que eu precisei pra me recompor e preencher aquele vazio com um outro, menos doloroso e mais fácil de resolver: a fome.
Com a fome eu sei lidar, sei o que e como fazer, não tem mistério. Aí eu fiquei bem, preenchida em todos os aspectos, plena, me senti inteira, eu de novo. Sem filosofar, tá? De pijama, vendo o jogo em segundo plano, me despeço de mim mesma, a leitora mais assídua do blog =)